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BP Energy concentra produção no Sudeste e amplia esforços no Brasil por fontes renováveis

Vice-presidente da companhia para América Latina, Angélica Ruiz indica que a empresa deve perseguir novas aquisições nos próximos leilões, a exemplo do bloco de Bumerangue

Por Gabriel Vasconcelos (Broadcast)

RIO - A BP Energy vai manter a exploração e produção de petróleo no Brasil, mas agora totalmente direcionada ao pré-sal das bacias de Campos e Santos, no litoral do Sudeste, disse ao Estadão/Broadcast a vice-presidente da companhia para América Latina, Angélica Ruiz. Ao mesmo tempo, serão ampliados os esforços para escalar os negócios ligados a fontes renováveis e biocombustíveis.

É a primeira vez que a executiva fala publicamente à frente da BP Brasil, cargo que passou a acumular neste início de ano. Angélica também comanda a subsidiária da empresa no México, seu país de origem, desde 2018. Nos próximos anos, diz ela, essas duas frentes de negócio da BP – Exploração e Produção (E&P) e renováveis – vão passar decisivamente pelo Brasil.

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A BP chegou a ter 23 concessões para exploração e produção de óleo e gás espalhadas pelo País, mas enxugou esse número para os dez blocos atuais, dos quais sete já estão no Sudeste. A tendência é que esse portfólio volte a crescer, mas de maneira concentrada no mapa. “Estamos entusiasmados para demonstrar que vamos ficar no Brasil no longo prazo”, diz Angélica.

Em paralelo à exploração em dois blocos da Bacia de Santos (Alto de Cabo Frio, onde já foi encontrado óleo, e Pau Brasil), a executiva indica que a empresa deve perseguir novas aquisições no Sudeste nos próximos leilões, a exemplo do bloco de Bumerangue. No último leilão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em dezembro, a BP arrematou a área sozinha, a um bônus de assinatura de R$ 8,8 milhões e parcela de 5,9% do óleo-lucro – volume de petróleo que sobra após o desconto dos custos de produção e investimento.

”Acabamos de ganhar o bloco de Bumerangue e isso realmente consolida o que estamos fazendo, que é se concentrar principalmente nas bacias de Campos e Santos”, afirma a executiva.

No último leilão da ANP, em dezembro, a BP arrematou o campo de Bumerangue sozinha Foto: Glyn Kirk/AFP

Metas de produção

A BP Energy ajustou a redução de sua produção de petróleo e gás. A companhia ainda reduzirá, mas agora em aproximadamente 25% até 2030, em comparação com cerca de 40% anteriormente. As metas para 2050 foram mantidas. Isso requer cortar a produção diária no mundo dos atuais 2,6 milhões de barris por dia para 1,5 milhão ao fim da década sem queda proporcional de receita da atividade petroleira.

Segundo Angélica Ruiz, o volume planejado para o fim da década ainda exige renovação de reservas e desenvolvimento de novos campos em um negócio em que a taxa de declínio chega a 10% ao ano. A manutenção da receita ainda exige maior produtividade. É por isso que parte importante desse processo vai acontecer no pré-sal, onde os britânicos enxergam os chamados “hidrocarbonetos resilientes”, ou seja, campos com maior produtividade, marcados por baixo custo de produção e menor emissão de gás carbônico. Em todo o mundo, são essas as províncias petrolíferas que terão sobrevida em tempos de transição.

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Por ora, estão descartadas investidas da BP na Margem Equatorial, conjunto de bacias no litoral norte do País onde a Petrobras vislumbra operações.

Como vice-presidente para América Latina, Angélica chega ao Brasil para colocá-lo no topo da lista de países produtores da BP após 65 anos de presença no País. Outra missão é consolidar os negócios da empresa em biocombustíveis e renováveis.

Globalmente, a BP planeja aumentar em 20 vezes a capacidade do portfólio de energia renovável, de 2,5 GW para 50 GW nos oito anos até 2030. Mais uma vez, diz a vice-presidente, parcela importante disso virá do Brasil. Para isso, a empresa planeja aumentar o investimento anual em energia de baixo carbono dos US$ 500 milhões registrados no fim da década passada para US$ 5 bilhões daqui a oito anos.

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